Histórico líder do Partido Comunista Português e ministro sem pasta nos quatro primeiros Governos Provisórios.
Referência do movimento antifascista no período do Estado Novo e carismático líder do Partido Comunista Português, Álvaro Barreirinhas Cunhal nasce na freguesia da Sé Nova, Coimbra, a 10 de Novembro de 1913, vindo a falecer no dia 13 de Junho de 2005, em Lisboa. Após concluir os estudos no Liceu Pedro Nunes e no Liceu Camões, Cunhal decide ingressar na Faculdade de Direito de Lisboa, iniciando em 1931 o seu percurso formativo e político, com a filiação no Partido Comunista Português. Dada a sua intensa militância de oposição ao Estado Novo, Álvaro Cunhal é preso por três vez. A primeira prisão em 1937, sendo levado para a cadeia do Aljube e depois para Peniche; a segunda em 1940; e a terceira em 1949, tendo sido levado para Peniche, onde permaneceu por 11 anos. Em Janeiro de 1960, na histórica “Fuga de Peniche”, Cunhal e outros militantes comunistas conseguem escapar da prisão. Eleito secretário-geral do PCP em 1961, é enviado no ano seguinte para o estrangeiro: primeiro para Moscovo e posteriormente para Paris, onde passa a viver na clandestinidade até ao 25 de Abril. Regressa a Portugal no dia 30 de Abril e discursa, juntamente com Mário Soares, nas comemorações do dia do trabalhador, no dia 1 de Maio. Álvaro Cunhal é empossado ministro sem pasta logo no I Governo Provisório, a 15 de Maio de 1974, mantendo-se no cargo durante os II, III e IV Governos Provisórios. É também eleito deputado à Assembleia Constituinte em 1975, cargo que ocupará até à sua saída de secretário-geral do PCP, em 1992. Cunhal foi também conselheiro de Estado entre 1982 e 1992. Afastado da vida política activa, passa a assumir de forma mais vincada a sua vocação literária, assumindo em 1995 a autoria de várias obras publicadas sob o pseudónimo de Manuel Tiago.